Dr. Marcel Benedeti |
A saudade é demais, o longo percurso iniciado pelo Dr. Marcel
Benedeti continua a passos tímidos e persistentes.
A espiritualidade dos animais continua a ser o foco para o
início de uma nova era. O Grupo Nosso
Irmãos Animais, continua firme na estrada apresentada pelo Dr. Marcel, no grande
propósito de levar o homem a compreender que todos nós somos irmão e estamos
aqui no mundo para aprender e evoluir, cada um no seu momento, cada um em seu
tempo.
Apesar de algumas críticas as pessoas já estão se conscientizando
que os animais merecem (e tem) atenção da espiritualidade e que eles também se beneficiam
dos tratamentos espirituais. Tornou-se constante recorrer ao tratamento
espiritual concomitantemente com o veterinário. Obtém-se assim uma grande
benfeitoria, ás vezes, também à animais desenganados pela ciência. Com isso,
cresce o número de centros espíritas que se interessa em oferecer este tipo de
trabalho aos tutores.
Você que acessou o blog, leigo ou não, com certeza possui
muitas dúvidas. Arrisco a dizer que algumas só serão sanadas através de muito
estudo da doutrina espírita e leituras sobre o assunto e mesmo assim dúvidas sempre
existirão. Para esclarecer algumas questões disponibilizamos uma entrevista
dada pelo Dr. Marcel Benedeti no ano de 2009 para o Jornal Nova Era*.
A iniciativa sofre ou sofreu algum tipo de resistência do movimento
espírita e/ou dos espíritas e espiritualistas?
Assim como toda ideia nova sofre resistência, esta não
poderia ser diferente. Houve desde o início resistência dentro do movimento
espírita, principalmente porque no tratamento há imposição de mãos, tal como se
faz com as pessoas. As pessoas contrárias à ideia de tratar animais em centros
espíritas são vítimas do sentimento de orgulho, que não admite que seres
considerados, até pouco tempo, como irracionais sejam tratados como o são os
humanos. Entretanto, não levam em consideração que Deus não privilegia nenhum
de seus filhos, e não daria aos humanos o privilégio de uma assistência
espiritual para lhes aliviar algum sofrimento em detrimento dos animais, que
são nossos irmãos. Digo que são nossos irmãos porque são filhos do mesmo Pai.
Quem já teve oportunidade de ler a Codificação Espírita encontrará textos que
dizem que fomos criados simples e ignorantes e evoluímos desde o átomo até o
arcanjo. Como evoluir do átomo ao arcanjo sem passar pela fase de animalidade?
As pessoas contrárias aos tratamentos espirituais em animais não levam em
consideração os resultados nem o consolo preconizado pelo Espiritismo. Pois,
embora os animais não entendam integralmente o que lhes acontece, as pessoas
que se preocupam com eles sentem-se aliviadas também quando o sofrimento de
seus amigos animais minora. Entre os espiritualistas encontramos mais apoio do
que dentro do próprio movimento espírita. Parece estranho, mas é a realidade, e
é possível que aconteça algo de que talvez o movimento se arrependa depois,
isto é, eu creio que outras doutrinas possam vir a acolher o tratamento
espiritual aos animais enquanto algumas pessoas do movimento espírita se
distraem com seu orgulho. Sabemos que não importa quem trabalhará com eles, os
animais, a fim de lhes aliviar o sofrimento, mas seria interessante que o
Espiritismo fizesse isso, uma vez que a iniciativa partiu de dentro do
movimento espírita. Mas percebo que aos poucos a resistência está cedendo. Ha
instituições que abominavam nossos livros, agindo como se fossem a Igreja de
outrora. Isso me dava a impressão de que se recriaria o Index proibitorum.
Exageros à parte percebo que logo as coisas devem mudar para melhor.
Quais são os casos e/ou sintomas dos animais que são levados ao
tratamento espiritual?
Em geral, aparecem animais que são levados depois de
terem passado por diversos tratamentos físicos, sem sucesso. Os mais comuns são
os cânceres e problemas ortopédicos graves, em que a eutanásia já havia sido
aventada pelos médicos que os tratavam. Mas surgem animais com problemas dos
mais diversos, incluindo os de origem emocional, gerados por energias adversas criadas
no ambiente doméstico. Estes são os mais difíceis de tratar, pois envolvem
mudanças energéticas do ambiente em que as pessoas, necessariamente, precisam
mudar os seus modos de pensar e agir.
Animal sofre a chamada obsessão?
Não como acontece com as pessoas, mas como uma forma
indireta de atingir as pessoas do ambiente em que vive o animal, o qual,
comumente, é muito querido pelas pessoas atingidas. Em geral, os espíritos de
baixas vibrações contaminam o ambiente doméstico com energias muito densas, que
atingem os animais como se fossem petardos que os ferem profundamente, a ponto
de adoecerem. É por isso que o ideal seria que as pessoas realmente se
comprometessem com o tratamento, que tem muito a ver com elas também. Algumas
não aceitam que haja uma parcela de responsabilidade nos processos patológicos
que acometem os animais domésticos ou próximos. Então, de modo indireto acabam
por sofrer obsessões, mas não acontece como se fossem escudos protetores de
seus tutores (chamamos de tutores os que antes eram chamados de donos),
poupando sofrimentos. Na verdade todos sofrem, incluindo o animal, que é a mais
inocente das vítimas.
Qual a história mais interessante, ou mais de uma, de que você se
lembra, de tratamento espiritual?
A mais interessante e a mais comentada é a que se refere
à cadelinha Natasha, porque foi a primeira que se sobressaiu e chamou a atenção
das autoridades científicas para o fato das curas espirituais. Natasha foi
encontrada abandonada, com diversas enfermidades, incluindo um câncer, que,
segundo um professor de uma universidade importante de São Paulo, não lhe
permitiria uma sobrevida de mais de uma semana. O animal se curou do câncer (há
comprovação laboratorial) em 3 meses, e viveu ainda mais um ano, quando morreu
repentinamente, sem estar doente. Acho que era sua missão chamar a atenção da
ciência. Assim como a história dela há inúmeras outras interessantes, como a de
uma cadelinha que, também indicada para eutanásia, se recuperou da paraplegia e
andou, contrariando todas as expectativas médicas. Poderíamos ficar horas
relatando casos.
Em sua opinião, por que ainda existe um desrespeito tão grande em
relação aos animais e, por parte dos espiritualistas, uma falta de compreensão
maior a respeito da alma dos animais?
Apesar de o assunto não ser novo, isto é – o assunto
“espiritualidade dos animais” não é novo – as pessoas o encaram dessa forma
porque os animais são considerados seres de segunda categoria. Ainda assim,
creio que a consciência em relação a eles, no que se refere a serem nossos
irmãos, está alcançando patamares mais elevados em menos tempo do que
aconteceu, por exemplo, com as mulheres, negros e escravos, que eram
considerados seres de segunda categoria e, portanto, descartáveis. Em 1866,
Kardec precisou publicar um artigo na Revista Espírita para explicar que as
mulheres e os negros tinham alma, assim como qualquer homem branco. Os negros e
as mulheres ainda eram considerados como se fossem animais, e os animais eram
considerados como objetos (ainda são assim considerados legalmente). Não é
triste saber disso? Entretanto, as pessoas, apesar dos pesares, começam a
perceber as coisas, pois a própria ciência está demonstrando que os animais não
são tão diferentes de nós como pensávamos. O DNA dos chimpanzés é apenas 1,2% a
menor que o nosso. As seis barreiras que nos separavam dos animais a ponto de
considerá-los irracionais se romperam, pois se sabe, hoje, que os animais
pensam, sentem e são conscientes quanto ao que acontece ao seu redor. Eles
transmitem cultura aos seus descendentes. Além disso, a ciência mostrou que
eles captam nossos pensamentos por telepatia. Imagine o sofrimento de um animal
que está prestes a ser abatido, ao ler o pensamento de seu algoz. Creio que em
breve a ciência – e não a doutrina ou as doutrinas espiritualistas – promoverá
os animais a ponto de considerar que eles merecem o melhor de nós, e que
deveríamos cuidar deles como irmãos mais velhos que somos, e não explorá-los
como mercadorias.
Para um público leigo, já que esta entrevista é publicada em vários
meios, como você pode explicar a existência da alma dos animais, para que não
exista confusão com a metempsicose?
O termo metempsicose se refere à possibilidade de a alma
de um ser humano que morreu retomar um corpo físico em alguma categoria
inferior da evolução, em um corpo de animal, por exemplo. Seria como se as
águas de um rio pudessem subir contra a corrente e voltar à nascente. Isso vai
contra diversas leis naturais. Seria como se um estudante de medicina que fosse
reprovado em Fisiologia tivesse que voltar ao curso primário, para começar tudo
outra vez até aprender Fisiologia. Seria perda de tempo. O ideal seria repetir
apenas a matéria de Fisiologia e estacionar no curso, temporariamente. A alma do animal é semelhante a qualquer outra, de
qualquer outro ser do Universo. Nada nos diferencia desses espíritos, que hoje
estagiam na fase de animalidade, exceto pelo fato de que temos consciência de
Deus e eles ainda não a têm. Mas somos todos espíritos em evolução. Poderíamos
fazer uma comparação com os estudantes: nós somos aqueles que estão no curso
superior (no meio do curso, pois ainda falta muito para nos formarmos),
enquanto esses outros espíritos – hoje na fase de animais – estão talvez no
curso médio. Os vegetais, talvez no curso básico; e os minerais, no “prezinho”.
Um dia seremos arcanjos, e os outros seguirão os mesmos caminhos que nós. Se os
auxiliarmos, estaremos não somente ajudando-os a evoluir, mas também a nós,
pois estaremos pondo em prática o que aprendemos sobre caridade e amor ao
próximo. Jesus disse para amarmos o nosso próximo, e os animais são nossos
irmãos (filhos do mesmo Pai), e Gandhi disse que tudo o que vive é nosso irmão.
Fonte: Jornal Nova
Era,2009 – “Manoel Fernandes Neto”
Sou suspeito em dizer isso, pois conhecer o entrevistado foi uma das boas coisas que aconteceram na minha vida no aspecto da espiritualidade dos animais, mas a matéria está muito boa. Só atentem para o detalhe da data da entrevista, pois acredito que existe alguma discrepância. De resto, parabéns.
ResponderExcluirBoa tarde! Gostaria de contar uma história interessante sobre um dos meus animais. Tenho 4 e um deles é uma rottweiller chamada Flor. Há uns anos atrás sonhei que estava na janela de casa e observava uma velha muito magra e com uma energia muito ruim olhando fixamente para esta cadela especificamente. Dois dias depois a cadela de 45 kg adoeceu. Parou de comer e ao leva-la ao veterinário constatou-se pneumonia e anemia. Fiquei pasma pois até então ela estava ótima. Mês passado, em uma reunião mediúnica esta velha, que na verdade era um espírito desencarnado manifestou-se e disse que tenta entrar aqui em casa diversas vezes e a cadela não deixa. Felizmente ela foi encaminhada e só então percebi que a Flor tem protegido nossa casa esse tempo todo. Achei a estória incrível e gostaria de compartilhar com vocês. Abraços fraternos, Cláudia
ResponderExcluir